quarta-feira, 15 de abril de 2009

O menino da gema de ovo

(texto antigo, retirado do blog antigo e só agora tomando coragem para se aventurar no mundo dos blogs...sorte pra mim)
Eu escrevi esse texto no momento que eu deveria escrever alguma coisa…eu queria escrever querendo…só isso.


Era tarde naquele dia, mas eu ainda permanecia no grande auditório como todos os outros.–batedores a postos!Até agora não sabia, mas meu objetivo era bater nas pessoas que se levantassem …meu objetivo era bater e não perguntar.

(–Por quê–?)

Quando se levantavam vinham em nossa direção e nós deveríamos batê-los no rosto com muita força com um bastão achatado, quase uma espátula…eu tinha muito medo deles.Mas as horas passam e já era hora de ir e trancar o auditório, a projeção pára, as vozes param e a vida continua… vetiário, grande corredor com chuveiros.Sem portas.Depois do almoço, mesmo que tudo tivesse a mesma cor esbraquiçada e sem gosto era sempre uma demora escolher o que comer… os formatos eram diferentes.Um supermercado ficava imediatamente ao lado do refeitório, mesmo que não precisássemos comprar nada ele estava lá com suas cores e produtos organizados em categorias que não pareciam lógicas…não ficavam em ordem alfabética como nossos nomes.Entrava lá só para ver os produtos, era um bom exercício.

(O quarto escuro das estantes)

O quarto dos segredos permanecia em penumbra com algumas estantes e livros que ninguém nunca conseguiu ler o título… as pessoas só entravam nessa sala para se esconderem e todos ficavam em silêncio…[pelo menos 1 hora ao dia todos deveriam se esconder]. Todos fingiam que não estavam ali… ou que aquele lugar não existia, não deveria, pois segredos são tão escuros quanto aquele quarto e não podemos crer em nada que não vemos.[Um dia achei um segredo, esquecido, segredos jamais deveriam ser revelados–eles guardam a única parte interessante que nos restam–

(segredovo)

Era um ovo, era…era um menino,era…um ovo.Como única perspectiva e única realidade, era a única coisa que tinha.–Eu o chamei de menino da gema de ovo, e nós dois fingíamos que não nos víamos. Apesar de eu não fazer questão de me escnoder para ele… ha!– eu consigo te ver–, shhh… risadas mais silenciosas do mundo.Depois de certo tempo aquelas pessoas da cadeira não me assustavam mais, principalmente as parafusadas no chão… eles vinham devagar, mas seus olhares eram tão roubados quanto uma maçã e quando elas te agarravam não te soltavam mais e aquilo,aquilo…acho que me assutava um pouco sim. De repende não conseguia mais lutar e foi preciso uma boa dose de (reality) para voltar ao normal.

(finalidade do fim-acabar antes que seja tarde)

Acho que tomar as formas dos móveis não é normal, de qualquer forma que ele tomasse. E mesmo que essa frase seja apenas uma brincadeira de mal gosto e não faça sentido, o senso é sempre para o sul, como uma bússula de grandes ponteiros de metal, látex e lítio… a grande questão é que é muito difícil uma pessoa voltar para as origens, mesmo assim ele conseguiu, quem me dera pudéssemos voltar para a grande estufa e ele para o ovo.Foi assim, sem nem ao menos se despedir.Talvez o beijo tenha sido isso, acho que o julguei mau.Mas no meio de tantas paLavras isso às vezes me confunde.
Confúcio tinha um nome engraçado e nem por isso riam dele, por que ririam de um ovo que virou menino ou de um menino que virou ovo… e de dentro da panela já completamente frito foi afogado por 250ml de água destilada…agora imprestável para o consumo que outra alternativo teria?E como pinóquio, o menino da gema de ovo voltou… sem fada azul, sem estrela, sem grilo… por isso eu não sei se isso foi boa coisa.


sorte